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Indústria brasileira pede flexibilidade ao Mercosul para negociar com a Europa
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu nesta quinta-feira uma flexibilização do Mercosul que permita aos países membros do bloco regional alcançar acordos de livre comércio, principalmente com a União Europeia (UE). 'Acreditamos que o Brasil tem que encontrar uma solução flexível que dê direito aos membros do Mercosul a caminhar segundo seus interesses' na negociação de acordos comerciais, disse o diretor de desenvolvimento industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, em entrevista a correspondentes estrangeiros.
Uma cláusula do Mercosul (que reúne Argentina, Brasil, Uruguai, Venezuela e o Paraguai temporariamente suspenso), obriga seus membros a negociar em bloco acordos de livre comércio com outros países ou regiões. Contudo, os interesses dos membros do Mercosul nem sempre coincidem, destacou o industrial.
'Talvez possamos iniciar uma negociação parcial, ou seja, o Brasil está interessado agora, então, se os outros países permitirem, começamos nossa negociação e os outros virão à medida que lhes interesse', disse.
'O Brasil está em uma situação muito delicada, tem que encontrar novos mercados e eles têm que ser encontrados com as vantagens e facilidades que um acordo de cooperação proporciona, porque hoje estamos cercados por países que têm esses acordos e nos tiram competitividade', disse.
Abijaodi pediu para 'encontrar diplomaticamente uma forma dentro do Mercosul'.
Os presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, pediram em uma reunião com o Brasil no final de janeiro uma rápida conclusão do acordo Mercosul-UE. Este acordo está sendo negociado há mais de uma década, sendo retomado em 2010, após seis anos parado, apesar de não ter avançado.
A Europa é um dos grandes mercados para as indústrias brasileiras.